Cap 7. Perigo iminente.

Quando chegamos a minha casa, percebi que meu chefe tinha razão sobre o Big Brother que eu iria viver nos próximos dias, pelo menos enquanto eu não desvendasse o caso. O pior é que o tal Jonathan sabe tudo sobre leis, até onde eu posso ir e principalmente ele sabe o quanto ele é vital para que eu pudesse descobrir o que um caso tão comum teria de importante. Eu me fechei em meu quarto e o alojei no de hospedes. Fechada lá eu poderia tentar desvendar tudo sem a interferência da sua presença. Mais um problema com o qual eu ia ter que lidar. Aquele cara, misterioso e metido a grande coisa me fazia perder o prumo certas horas. Eu precisava lidar com o fato de que estava começando a me sentir atraída por ele. Por isso minha cabeça mandava sinais de alerta, sinais de perigo iminente quando estava ao lado dele. Porém se eu quisesse salvar o meu pescoço e o meu emprego eu precisava cuidar disso. Logo.


Fixei-me no laudo da perícia sobre a morte do tal analista de sistemas. Uma das alternativas dos peritos é o chamado “Confronto micro balístico”, eles fizeram a comparação do projétil encontrado no corpo do morto e da arma do suposto assassino. Eu já sabia que a arma dele estava sem ter feito qualquer disparo e até suas roupas não havia sinais de pólvora ou qualquer coisa que comprovasse que ele havia feito um disparo naquele dia. Porcaria!

O laudo dizia ainda que o projétil encontrado no corpo da vítima era de uma Beretta 92 FS, provavelmente com um silenciador. E dizia mais o disparo foi feito da porta que não foi arrombada. Que porcaria!

O laudo dos peritos que estudaram as marcas deixadas no chão do apartamento comprovou que uma terceira pessoa (ainda não identificada) esteve na cena do crime. Mais detalhadamente, dizia que o Jonathan não sei das quantas entrou no apartamento, encontrou a vitima, falou com ela e se dirigiu ao quarto. Ficou lá enquanto a terceira pessoa entrou, atirou na vítima e saiu. Ele foi encontrado na hora em que provavelmente verificava se o analista estava morto. Por isso poderia ser considerado inocente. Se fosse encontrado em qualquer banco de dados do mundo e não estivesse portando uma arma cara e difícil de ser encontrada. Mais que grande porcaria!

Eu respirei fundo. Então, pelo laudo poderia se dizer que Jonathan era inocente, porem ele sabia quem esteve no local do crime e mais, por que o tal analista foi assassinado. E mais, o que ele tinha ido fazer lá na casa de um cara aparentemente normal? Enquanto ele não abrisse a boca, seria tido também como possível cúmplice. Resolvi pular do possível assassino e suas variantes para o tal morto comum. Me parecia que tudo girava em torno dele. EU mesma faria uma pesquisa no nosso banco de dados. Liguei meu notebook e abri o site do PF, no final do site onde ficam os créditos de quem o construiu havia um nome bem familiar GP Bahia todos os direitos reservados. GP Bahia? Cliquei no nome e outro site abriu... Merda! Era o site do tal morto, inclusive estava com uma grande faixa preta na barra inferior. Ok. Das duas uma, ou aquilo era uma grande coincidência ou tinha mais sujeira debaixo do pano. Aquele site da PF que apenas funcionários tinham acesso era o site no qual nomeações eram feitas por uma espécie de sorteio. Chefes de departamento, chefes de investigação, chefes de cedes em todo o Brasil... Eu não estava gostando daquilo. A última nomeação havia sido feita há quase um ano. Entre os escolhidos estava o MEU chefe. Mas o que aquilo tinha a ver com o caso mesmo? E por que minha cabeça estava doendo só de um lado? Respirei fundo. Aquilo estava saindo do meu controle novamente. Meu chefe não teria nada a ver com aquilo. Mesmo. E além do mais fraude na Policia Federal era quase impossível.

Coloquei as mãos na testa e resolvi parar um pouco. Fui ver o Jonathan. Perguntei a um dos seus guardas o que ele havia feito o resto do dia todo, Marvel me assegurou que o preso nada havia feito de mais. Tomou um banho e ficou deitado na cama cantarolando musicas em alemão. Eu precisava falar com ele. Pedi que eles ficassem na porta do lado de fora e a qualquer barulho estranho entrassem. Recebi uns olhares de reprovação, mas na minha casa mando eu.

- Oi Jonathan. – Ele me olhou ainda deitado, mas se levantou ao ver minha expressão.

- Oi agente. Algum problema?

- Todos. Sei que você não vai me dizer por que o crime foi cometido, ou quem é você e coisa e tal, pelo pouco que conheço provavelmente poderiam te torturar e ninguém tiraria a verdade de você. Então poderia me tirar uma pequena duvida? Não há nenhuma coincidência aqui não é? Estou investigando o lado errado ou perdendo o meu tempo.

Ele levantou a sobrancelha por dois segundos.

- Os dois. A Srta. acertou todas as alternativas e afirmativas que me disse desde que entrou neste aposento. Sinceramente agente, se a Srta. preza pela sua vida entregue o caso. De qualquer forma não vai valer à pena continuar. Antes que possa descobrir a verdade sobre mim e sobre este assassinato estará morta.

- É isso que você veio fazer. Encerrar este caso e me matar se eu descobrir algo?

Seu olhar dirigido a mim estava carregado de raiva.

- Minha missão não tem nada a ver com você Enya Mello. Apenas vim limpar a sujeira antes que ela seja jogada no pára-brisa. Acredite, ela já está tomando parte do vidro bem abaixo do limpador.

Aquelas palavras, carregadas pelo seu olhar penetrante me fizeram tremer por algo que eu temia muito mais do que perder meu cargo, muito mais do que passar o resto da vida no meio do mato. Minha cabeça ferveu e eu pensei que talvez o buraco (como dizem os baianos) era bem mais em baixo. Se eu desceria até ele e voltaria era a questão.

Cap 6. Na escuridão.

Eu respirei duas vezes antes de seguir meu chefe até a sala dele. Antes mesmo que ele batesse a porta eu entrei no seu rastro.
– Dr. Humberto eu preciso só de mais alguns dias, prometo que vou saber quem é esse sujeito, vou saber por que ele não se encontra nos bancos de dados aqui no Brasil e vou solucionar o caso. Mas me entenda eu não posso manter um cara misterioso como ele na minha própria casa!
– Me dê um único bom motivo Enya... – Ele se sentou na sua cadeira feita de couro legitimo, bebeu toda a água do copo ao lado do monitor do computador e aguardou minha resposta.
– Eu moro sozinha, não posso ter um possível assassino morando comigo. E além do mais isso não faz sentido – eu ri fracamente tentando encontrar um argumento plausível, mas minha cabeça estava oca. – Em que lugar do mundo assassinos ficam na casa de investigadores e...
– Enya Mello, você não tem argumentos suficientes para colocar esse Zé ninguém na condição de assassino, ele quase foi morto hoje, se isso acontecer perderemos o fio da meada para sempre! Por isso quero que o proteja ao mesmo tempo que usará suas habilidades para conhece-lo e saber o que ele esconde. Se a questão é a sua segurança, leve quantos homens precisar, mesmo que sua casa vire um Big Brother, agora se me der licença. – Ele pegou uma pasta em cima da mesa e virou-se de costas para mim. Urgh! Aquilo me deixou tão irritada, praguejei mentalmente varias vezes.
– Ah antes que eu me esqueça o laudo da pericia sobre o Zé ninguém já chegou. – Ele me disse antes que eu abrisse a porta e jogou a mesma pasta que havia pegado antes sobre a mesa.
– Obrigado.
Peguei o laudo e sai da sala pensando em quantos homens iria usar para manter o tal cara em casa. O pior era estar sem saber o que fazer, tanto tempo pra chegar onde cheguei e agora tudo poderia ir por água abaixo. Soltei meus cabelos quando cheguei a minha sala e fui obrigada a prendê-los de novo, o curativo na minha orelha respondeu de imediato me fazendo lembrar que ele ainda existia. Tentei me concentrar por alguns instantes lendo o laudo e resolvi cumprir logo a ordem do meu chefe. Dei um telefonema pedindo a um dos policiais que pegasse roupas do uniforme de policial federal e trazer para mim. Logo depois chamei os policiais mais bem treinados que eu conhecia e que podia confiar. Em 14 minutos eu tinha uma equipe de 7 homens e roupas pretas para o estranho.
Enquanto andava até a cela dele eu pensei que deveria dar-lhe um nome afinal eu não ia ficar chamando o meu “protegido” de Zé ninguém, ironizei comigo mesma.
Quando entrei ele já estava sentando como se soubesse.
- Depois do fatídico acidente de hoje, posso dizer que é um prazer vê-la novamente agente Enya! – Ele sorriu de canto de boca. – Como está o policial baleado?
- Vai sobreviver... Me admira sua preocupação. – Dessa vez eu não estava sendo sarcástica.
- Me preocupo com quem se machuca por minha causa.
- Okay... Então Sr. Estranho a partir de hoje você sai da condição de suspeito para entrar no programa de proteção as testemunhas. E com algumas regalias, terá eu na sua cola 24 horas por dia e mais sete homens fortemente armados! Não é ótimo?
Ele se inclinou para colocar as costas na parede.
- Pela sua companhia eu diria que é uma ótima noticia. Pelos homens nem tanto...
- Okay, eu trouxe roupas e sapatos que devem ser do seu numero e... – Eu atirei-lhe o saco. - Também pensei em uma lista de nomes para você. Quer que eu diga as sugestões?
- Por favor. – Ele pareceu interessar-se por alguns instantes. Aquilo ia ser engraçado.
- Eu pensei em Adalgamir, Alfredo, Anatalino, Arquiteclínio, Clarisbadeu, Dezêncio, Fridundino, Lindulfo, Celidonio, Fredolino e Zicomengo... Tenho outros bem legais guardados na mente se você quiser eu posso ver os significados na internet e...

- Por favor, Agente... Me chame de Jonathan. – Ele me cortou quando viu que eu disse todos os nomes sem rir.

- Oh! – Eu me fiz de inocente... – Jonathan, belo nome... Okay Jonathan, se vista eu quero ir embora logo...


Cap 5. A testemunha


Eu peguei o resultado de alguns exames preliminares do estranho e conversei um pouco a sós com o médico. Ele era de nossa confiança e sendo eu da Policia Federal causava certo medo nas pessoas, o que em certas horas era bem vindo. Segundo o próprio médico o estranho estava em perfeitas condições físicas. Sangue tipo O negativo, deveria entre 30 e 35 anos. Tudo equilibrado. O estranho era perfeitamente saudável, belos pulmões, tinha ótimos reflexos, nenhum problema aparente na visão (o que eu já sabia ¬¬). Contudo, segundo o médico ele tinha muitas marcas no corpo, como se o homem estivesse passado pela guerra ou coisa do gênero e também havia uma tatuagem no abdômen, mais precisamente do lado esquerdo. Nossa! Eu queria ver aquilo!
Retiramos-nos do consultório e fomos ao estacionamento pegar o carro. O outro policial ia colocar o estranho para dentro, quando um carro cantando os pneus invadiu o espaço da pista a frente do estacionamento. Eu mal tive tempo de gritar e tiros alvejaram o carro. Eu tinha sorte daquela Pajero ser blindada. Eu saquei minha arma e tentei olhar pelo vidro, eles atiraram novamente e depois fugiram.  Droga! Novamente alguém tentando matar o estranho. Eu olhei para o chão procurando colocar meus pensamentos em ordem, quando percebi  um pouco de sangue saindo da coxa de um dos policiais. Droga! Peguei o celular e disquei o numero para que trouxessem uma ambulância e reforços.
Dez minutos depois eles apareceram e nós praticamente saímos fugidos de lá, antes que os canais de televisão chegassem mais perto. Passamos por eles na ida, mas não havia nada para ser encontrado.
Eu fiquei bem mais irritada do que já estava, mais mistério envolvendo o estranho e agora eu quase perco um dos nossos homens. Mau sinal. Péssimo sinal.
Dr Humberto estava soltando fogo por todos os lados, bufando e andando de um lado a outro da minha sala há quase 15 minutos, desde que chegamos a Corregedoria e o policial baleado foi levado para fazer a cirurgia. Se ele completasse meia hora fazendo aquilo eu juro que iria enlouquecer.
– Enya quero que me diga o que está acontecendo? Este homem não era o assassino? Como agora além de nem sequer ter atirado na vitima estão tentando matá-lo? Pela segunda vez? – Ele parou um segundo da sua cólera para me dizer isso e voltou a andar de um lado a outro novamente.
– O senhor pode se acalmar por um instante Dr. Humberto?
– Não me peça para ter calma, Enya Mello! Eu quero esse caso resolvido e esse homem no lugar de onde ele veio! – Ele esbravejou e sua peruca balançou em sincronia com o movimento da mão que ele usou para gesticular.
– Isso vai ser resolvido, estou trabalhando pra isso... – Eu tentei aplacar a ira dele mas o pior com certeza ainda estava por vir.
– Ah vai! Eu sei que vai! Enquanto isso eu quero esse... Esse cara... Este homem seja lá quem ele for com proteção 24 horas por dia! E você vai ficar com ele esse tempo, leve-o para o seu apartamento com quantos policiais for preciso, eu o quero com você o tempo todo!
Aquilo não podia ser real!
– Mas Dr. Humberto, eu sou uma investigadora, não uma baba de estranho! Não posso ficar o tempo todo com ele enquanto...
– Você vai fazer exatamente o que eu mandar! – Ele se aproximou da minha mesa batendo nela com força. – Você vai estar com ele, o tempo todo, conheça-o, conviva com ele, descubra tudo que for necessário e limpe esta bagunça antes que ela vá longe de mais e antes que você perca o seu emprego e passe o resto da vida no meio do mato investigando casos de grilheiros!
Eu engoli a seco tudo que ele havia dito e o assisti sair e bater a porta! Pronto, se aquele homem tivesse vindo diretamente do inferno pra acabar com minha vida ele estava começando a conseguir.



Cap 4. Pistas

Eu confesso que estava perdendo a paciência comigo mesma. E pior eu nem sabia por que. Aliás eu sabia, ele os olhos dele e seu mistério estavam começando a me deixar meio sem saída. Eu me sentei novamente e tentei pensar vendo a paisagem, mas nada. Como podia um homem não existir em lugar algum? Como simplesmente não havia digitais? Ou dados sobre ele? Se eu realmente queria sigilo sobre o assunto, eu não poderia jogá-lo na internet ou na TV pra esperar que alguém me dissesse algo. Aquela sucessão de portas se fechando na minha cabeça me deu vontade de chorar. TPM influenciando. Algo vibrando no bolso esquerdo da calça me tirou dos meus pensamentos problemáticos, porque será que sempre quando temos problemas sérios nas mãos e pensamos sobre ele, algo atrapalha o nosso pensamento?
– Tia Nora, como vai? – Atendi e tentei dissimular a minha voz, o que eu sabia que era em vão.
– Querida eu estou ótima! Mas o que há de errado com você? Caso novo eu suponho. Novo e muito mais complicado do que os outros já foram.
Tia Nora era a irmã mais velha da minha mãe, a única na verdade. Nós éramos muito próximas, desde quando eu tinha idade suficiente para saber o que isso significava. Só que depois da tragédia que se abateu na nossa família eu me isolei um pouco. Porém Tia Nora era extremamente jovial, otimista e mística. Sabia e descobria sempre tudo sobre mim, com apenas um olhar ou no caso a voz.
– Eu estou bem tia, realmente um caso novo que esta me tirando do sério... – Eu suspirei no final deixando transparecer todo meu dilema.
– Querida, você é inteligente, forte e nobre como sua mãe era! Sempre pode encontrar as respostas. Eu acredito em você.
Aquilo foi golpe baixo certo? A TPM estava ajudando muito e agora aquelas palavras, tive que pigarrear para responder.
– Tudo bem tia, eu vou resolver tudo.
– Posso passar aí para tomar um chá? – Eu fui obrigada a rir por alguns instantes.
– Olha tia o clima aqui não está dos bons e...
– Não se preocupe coisa de minutos... Aliás, lembrei que tenho que passar na floricultura ver as remessas de margaridas... Comprar adubos, reconstruir algumas plantas que estão sem nenhum traço de que são plantas de verdade. Vemos-nos outro dia querida! Tchau.
– Tcha... – Eu nem tive tempo de responder a ela. Estranho essa ligação da minha tia, geralmente ela demorava horas ao telefone tentando descobrir os últimos acontecimentos da minha obvia vida. E essa historia de reconstruir plantas que estão sem traços, como reconstruir... Claro! Claro! Minha tia! Eu comecei a rir sozinha na sala, como ela sabia?
Levantei tão rápido que quase derrubei objetos na mesa. Peguei meu blazer e o coldre axilar, durante a descida dei dois telefonemas, consegui algo diferente e um carro com dois policiais.
Entrei na cela e ele estava deitado de barriga pra cima.
– Olha eu aqui outra vez, estranho. – Ele se levantou um pouco surpreso com meu tom de voz.
– Bom dia investigadora! Posso saber o motivo de tanta animação?
– Que tal darmos um passeio? Ponha os sapatos. – Eu me virei de costas e já ia sair quando ele me chamou.
– Posso saber ao menos onde vamos? – Eu me virei de sorriso aberto.
– Vamos ao médico, fazer alguns exames de rotina.
Eu contive a vontade de dar uma gargalhada quando o sarcasmo abandonou o seu olhar.


Cap 3 - O pior começo

Era para ser mais um dia calmo na pacata Corregedoria Geral da Policia Federal, eu poderia agora mesmo estar tomando um refrigerante sentada na minha mesa, imaginando como seria o meu fim de semana. Praia? Não... Montanha? Nem pensar... Serra? Sim... Mas era para ser, isso traduz meu estado de humor e não ter dormido bem era só a ponta do iceberg. O assassino “João Ninguém” preso na cela especial no andar de baixo era a minha maior preocupação agora. Já haviam se passado mais de 24 horas desde que o encontramos no apartamento da tal vitima, outro “João Ninguém” que segundo os peritos e minhas investigações preliminares nada havia feito de ilícito. O problema é que não haviam informações sobre o assassino, e quando eu digo informações eu digo informações básicas como: Nome, idade, passado... Ele simplesmente não existia no Brasil e meu sexto sentido me dizia que provavelmente ele não existia em lugar algum. Porém isso não poderia ser possível.
Além desse terrível pressentimento eu estava preocupada com minha carreira, se eu terminasse esse caso com êxito era promoção na certa, mas se não conseguisse eu poderia dar adeus até ao meu cargo. Só que eu não deixaria isso acontecer, “eu já peguei um caso muito pior do que esse vai dar tudo certo, logo, logo este cara ia estar condenado, extraditado ou coisa do gênero”. Eu me convencia disso a cada segundo, em meus pensamentos. Três batidas gentis na porta fizeram meu estomago se contrair.
– Pode entrar.
As visitas incomuns não me animaram em nada, seus semblantes então...
– Agente Enya... – Eu me levantei para cumprimentar o Delegado Bento e a perita Diva que eu havia conhecido na cena do crime. Meu chefe entrou logo depois. Eles se sentaram a minha frente e eu esperei por más noticias.
– Então Diva o que podemos dizer do nosso estranho? – Eu esperei que ela dissesse algo, mas o Delegado Bento a interceptou.
– Agente Enya antes de falarmos sobre o assassino, tem um dado que descobrimos depois do teste feito na arma que encontramos na mão do tal cara, o suposto assassino. – Ok. Vamos por parte, eu disse que o dia estava ruim? E que ele iria piorar quando eles entraram na minha sala. Pois é. Se o delegado Bento pulou a parte do registro do assassino é por que não encontraram nada ainda. E se ele agora diz que existemais um dado certamente isso muda tudo e é claro que tem a ver com a possibilidade do cara ser realmente ou não o assassino. Diabos!
– Eu vou direto ao assunto agente Enya, a arma estava carregada. Completamente carregada, não havia sinais que revelassem que aquela arma fez qualquer disparo naquele dia. Eu conversei com os policiais que foram chamados pela própria vitima no dia do crime antes que ela viesse a óbito. Quando eles chegaram lá o suposto assassino estava com a arma na mão debruçado sobre o defunto. Eles o prenderam e nos chamaram, pois o meliante não falava português. Aparentemente. Os peritos não fizeram uma busca tão apurada no apartamento afinal o que achávamos ser o assassino estava na cena do crime.
Eu absorvi cada palavra que a perita disse e procurei pensar rápido e com clareza. Só que um lado inteiro da minha cabeça doía agora. O que era mais um mau sinal.
– Perita Diva eu gostaria que toda a sua equipe de peritos, os melhores que a senhora tiver sejam levados a cena do crime novamente e façam uma busca de raios-X. Eu preciso de tudo. Enquanto isso preciso que também continuem fazendo buscas sobre o nosso homem. Esse caso é de puro sigilo, não quero especulações da mídia e civis. Eu vou a cela do Sr. Ninguém tenho certeza que consigo tirar algo mais dele.
Dr Bento olhou para a perita Diva e para meu chefe que apenas assentiu sem nada declarar, ele sempre tinha confiança em mim.
Eu me despedi deles e desci as escadas como sempre, detestava elevadores. Quando tive acesso à cela ele estava lá deitado de costas, respiração uniforme, muito tranqüilo para um preso federal.
O policial abriu a cela e se posicionou do lado de fora junto com mais dois, eu peguei a cadeira mais próxima e me sentei perto da saída.
- Guten Tag*, investigadora. – Ele sabia que era eu, deve ter sentido meu perfume ou coisa parecida, definitivamente aquele homem poderia até não ser o assassino, mas ele era extremamente detalhista e perigoso. Ele se virou devagar, ou eu estava em câmera lenta outra vez. Eu vi seus olhos e reparei na sua barba por fazer. Era tudo que eu precisava um assassino galã!
– Só se for pra você, meu dia não começou muito bem... – Eu cruzei os braços tentando disfarçar minhas emoções.
– E o que eu posso fazer para melhorar o seu dia? ­– Sua voz ficou mais suave e grave. Ele estava tentando me seduzir? Aquilo era ridículo!
– A começar pode me dizer quem é você, e por que até agora não chamou um bom advogado para te soltar daqui? – Eu controlei minhas emoções mais uma vez e cerrei os dentes mesmo com a boca fechada.
 – Simples, a senhorita deve saber que minha arma nem sequer foi disparada, o que faz de mim uma testemunha no assassinato.
– Não, isso pode fazer de você um cúmplice. Sabe disso. – Eu fechei a boca e voltei a cerrar os dentes.
– Hummm... Eu prefiro me deitar e esperar as respostas dos peritos e investigadores. As instalações são bem confortáveis na verdade e sua presença me anima apesar da raiva crescente de hoje...
– Ok, já que você espera as respostas da minha equipe é melhor se sentar e não pegar no sono, afinal as respostas serão mais rápidas do que você imagina. Espero te ver preso logo. – Me levantei e puxei a cadeira.
- Ahh detesto te decepcionar Investigadora Enya, mas não se pode prender o que não existe.  E só mais uma coisa, não cerre os dentes, isso faz mal para a arcada dentária. – Tendo dito isso sorriu  com o canto da boca e virou-se novamente.



Cap 2 - O estranho misterioso alvo

Eu senti um frio na barriga de novo alguns centímetros antes de ver o tal assassino, eu sabia que mesmo que aquela arma pudesse cair nas mãos do crime organizado ela não seria usada para matar um cidadão comum, a menos que um dos dois não fosse comum o assassino ou morto. Escolher uma arma cara para matar uma pessoa qualquer é no mínimo muito estranho. Eu considerei essas coisas antes de ver o assassino que estava sentado numa cadeira de frente para janela, mãos algemadas atrás da cadeira e pés também algemados. Dois policiais estavam ao lado dele.
– Muito bem, o que temos aqui? – Eu caminhei até a frente do assassino esperando ver o de sempre, homens feios e mal encarados, com expressões psicopatas. Ele estava de cabeça baixa observando os próprios pés algemados. – Podemos conversar? – Ele suspirou fazendo seu corpo inteiro se mexer levemente.  Eu preparei minha autoridade interior para encarar os olhos que provavelmente seriam frios dele. Quando ele levantou o rosto foi como se estivesse tudo em câmera lenta, ou é a mente da gente que faz isso acontecer quando alguma coisa manda um sinal de perigo iminente. O rosto dele era muito diferente de tudo que eu imaginei. Sua pele morena e o cabelo castanho escuro faziam um conjunto perfeito com os olhos verdes, uma boca bem feita e nariz afilado. Mas os olhos verdes do tal assassino não eram frios, nem zombeteiros, nem obscuros, nem psicóticos, simplesmente eram claros, claros e limpos.
Eu esperei que ele dissesse algo, qualquer coisa mesmo por que eu precisava definir seu perfil de assassino! Mas ele nada disse, apenas me olhou, estudou minha expressão facial, meu corpo detalhadamente e voltou seu rosto ao chão novamente.
– Muito bem, já que o nosso garotão não quer se pronunciar, é melhor  pegar as digitais dele na arma e depois veremos de onde vem essa criatura.
– As digitais foram pegas aqui mesmo na cena do crime e enviadas ao pessoal da busca no banco de dados do Brasil. – A perita Diva informou da porta do quarto, porém ela mordeu o lábio inferior, um visível sinal de incerteza.
– O que há de errado? Ha quanto tempo isso foi feito? – A perita hesitou olhando para o Dr. Bento. Eu fiz um sinal e nós voltamos para sala onde o defunto já estava devidamente empacotado.
Eles chegaram mais perto de mim e inclinaram o corpo para que só eu e meu chefe escutássemos.
– Fizeram uma primeira busca agente Enya há mais de uma hora, mas nada foi encontrado ainda.
– Como pode isso ser possível? Geralmente a pesquisa é rápida, ele não tem documentos? Ou qualquer informação sobre esse sujeito?
– Ele não tem nada e nem falou nada ate agora. Nem ao menos sabemos se ele é brasileiro! – Diva foi alterando a voz enquanto falava e eu fiz sinal para que ela se calasse, não seria bom histeria naquele caso.
– Fiquem aqui eu irei ao quarto novamente quem sabe arranco algo dele, enquanto isso Diva me faça o favor de pedir busca fora do país, Interpol, FBI, CIA o que estiver ao nosso alcance ele precisa estar em algum cadastro ou qualquer coisa.
– Okay. – Ela respondeu e junto com Dr. Bento começou a se movimentar. Eu voltei ao quarto e me sentei no parapeito da janela de frente para o assassino. Passei meus dedos pelos olhos e depois apertei a ponte do nariz que fica entre eles. Suspirei.
–  Anstrengenden Tag.* – Ele disse em alto e bom som, num alemão perfeito, mas não genuíno. Aquilo era a primeira pista que eu tirei com apenas um gesto? Eu o olhei novamente e ele parecia querer sorrir. Eu havia estudado alemão e falava fluentemente.
In der Tat, nur ungerade Tage.** – Eu sorri abertamente. – Então você fala alemão, mas não é alemão.
– Não, eu não sou. Assim como você. – A sua voz era clara e limpa, grave e sensual. Eu estava ficando mais intrigada e ao mesmo tempo interessada naquele caso.
– Ok então. Vou descobrir mais sobre você. – Eu me desencostei e toquei seu ombro antes de sair do quarto.
If you can. ***– Ele me desafiou antes que eu pudesse sair. Parei nas suas costas e o vi abaixar a cabeça novamente. Foi então que um brilho em especial chamou minha atenção. Uma mira laser apontando para onde estava a testa do estranho misterioso assassino, não pensei duas vezes, gritei para que os policiais se abaixassem e puxei a cadeira dele para o chão junto comigo. Houve disparos e eu corri abaixada puxando-o pela cadeira até a sala. Alguns policias atiraram, outros correram em direção a rua, provavelmente para verificar de onde partiram os tiros e depois do que pareceram ser alguns minutos, todos se levantaram lentamente. Aquilo era um péssimo sinal talvez fosse por isso que minha orelha esquerda estava tão quente. Gritei perguntando se alguém estava ferido, obtive várias respostas negativas. Olhei o assassino alvo jogado no chão, ele nem parecia surpreso ou assustado, mas quando me olhou seus olhos demonstrarão uma emoção que eu não consegui distinguir.
– Você está bem? – Eu perguntei ao assassino alvo o outro policial o levantou e me olhou de maneira esquisita também.
– Sim ao contrario de você. Toque sua orelha. – Ele disse serio. Eu toquei minha orelha e aquela coisa quente pareceu passar para minha mão. Era sangue.
– Droga! – Meu chefe que estava do outro lado da sala razoavelmente bem eu supunha, ao ver meu estado gritou para que uma ambulância fosse trazida para mim. Eu revirei os olhos e olhei o policial novamente.
– Leve-o daqui com segurança e deixe-o preso em uma cela separada no prédio da Policia Federal. Até lá o caso está em nossas mãos. – Eu olhei para o estranho novamente. - Ich hoffe, Sie haben ein großer Tag. Merkwürdig****.

Tradução dos diálogos em alemão:
*Dia difícil.
**Na verdade não, apenas dia esquisito
*** Se você conseguir.
**** Espero que tenha um bom dia. Estranho

Cap 1 - Dia esquisito…



Eu passo 10% do meu dia tentando me entreter com qualquer coisa engraçada que eu encontro na internet, mais 5% conversando com algumas pessoas via MSN, mais 5% com coisas necessárias como banho, chapinha, alimentação, compras, etc... Os 80% que me restam eu dedico totalmente ao meu trabalho de investigadora na Policia Federal. Sou investigadora de policia há 5 anos e posso dizer sem modéstia alguma que sou a melhor no meu setor. Em 5 anos solucionei todos os casos que me foram entregues quase que em tempo Record. Sem surtar, sem me envolver e sem ganhar uma promoção, o que é a parte chata até agora.
Não é muito difícil trabalhar em um setor como esse, casos complicados são raridade a maioria acaba caindo nas mãos da Policia Civil. Então eu passo quatro dias da semana agüentando meu “queridíssimo” chefe baixinho e gordinho que usa uma peruca preta ridícula que contrasta visivelmente com sua sobrancelha grisalha. Apesar dessas características pitorescas, Dr. Humberto Casa Nova era um bom chefe, apenas não tinha senso de moda capilar, senso de humor e de que ao entrar numa sala ele deveria bater, mesmo na sala de subalternos, só por educação. Nos outros dias da semana eu descansava, lia processos, falava com minha Tia Nora, malhava...
Na segunda-feira eu acordei cedo para viver minha rotina, peguei o carro dirigi até o prédio da Policia, cumprimentei meus colegas e entrei na minha sala.
Eu me sentei na cadeira e observei a paisagem pela janela, havia momentos da minha vida em que eu me sentia em um filme e esse era um desses momentos. Uma sala ampla, uma paisagem, nenhum caso novo... Sempre quando tudo fica silencioso de mais é por que o caso que ocupará o vazio será um dos bons. Encostei a cabeça nas costas da cadeira e olhei o porta retratos na mesa, a sorridente tia Nora em um dos seus dias de sol, ela era minha única família afinal minha mãe Amanda havia morrido no parto que me trouxe ao mundo, há 14 anos eu perdi minha irmã e um ano depois meu pai...Passado trágico e doloroso, mas meu presente é perfeito, sou a investigadora do ano, tenho uma vida independente e em breve posso pensar em promoção! Isso realmente me deixa bem mais animada!
- Enya prepare suas coisas vamos a uma cena de crime! – Me sobressaltei quando o meu chefe entrou na minha sala sem bater (como sempre ¬¬) e jogou na minha mesa as chaves do Hyundai Veracruz, usado apenas quando ele está dentro e precisa-se despistar repórteres e curiosos. O fato de um delegado me deixar dirigir um carro como aquele não era de se estranhar, mas o semblante do chefe era. E além do mais, nós não íamos a cenas comuns de crimes, meu local de investigação era dentro do prédio da Policia Federal.
Me levantei de um salto, peguei meu coldre axilar já armado e o acompanhei apressadamente.
-         Qual o problema Delegado? – Descemos a escada do prédio no mesmo passo.
-         Eu também não sei, fomos chamados pelo Departamento Técnico, o caso deve ser mais complexo do que se parece.
Entramos no carro, eu pus o cinto e preparei meu estomago, certamente coisa boa não íamos ver.
-         O crime foi em um prédio no centro da cidade, no cruzamento entre as ruas Maria Freitas e a Ex-Combatentes. O suspeito ainda está lá, foi pego em flagrante ainda com a arma na mão.
Eu considerei os fatos enquanto dirigia aquilo realmente estava ficando ainda mais estranho. Deslocar um delegado Federal em um carro ocultado propositalmente, para uma cena de crime onde o assassino foi pego com a “boca na butija” das duas uma: o morto é alguém importante ou o assassino é alguém importante.
-         Quem é O importante?
-         Nem eu mesmo sei, me ligaram do alto escalão, pediram sigilo absoluto e que apenas você fosse levada a cena. Eles disseram que deveria ser a melhor para cuidar disso.
Na mesma hora me deu frio na barriga! Minha mente gritou: caso resolvido e promoção à vista! Promoção à vista! Acalmei meus ânimos e impedi minha boca de se abrir em um sorriso de contentamento. Se o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal percebeu e disse que sou a melhor para cuidar de casos importantes, ele também deverá reconhecer que uma “promoçãozinha” não fará mal algum...
Estacionei o carro na única vaga da rua, não havia curiosos ainda e nem repórteres, seria bom limpar a sujeira logo antes que eles chegassem.
Havia um pequeno prédio do outro lado da calçada e na porta dele dois policiais federais sem uniforme, certamente se eles queriam afastar possíveis curiosos não era dessa maneira que conseguiriam. Tem coisa mais estranha que dois homens fortemente vestidos de preto no calor infernal 35ºC parados na porta de um prédio comum? Não era preciso ser investigadora para saber que havia algo estranho.
-         Enya, mesmo estando comigo, aqui você manda. – Delegado Humberto me disse antes que nos aproximássemos dos policiais.
-         Obrigada. – Eu falei a boca pequena, tudo bem que eu era um pouco convencida com meu trabalho, mas, sempre ficava meio envergonhada quando alguém me dizia algo do tipo: “manda ver, aqui você manda...etc ”, porém era o meu trabalho e por razões maiores eu precisava ser a melhor no que fazia.
-         Gostaria que vocês fossem mais discretos caso contrário logo alguém vai chamar os repórteres. – Eu disse aos dois homens parados na porta. Eles acenaram e entraram conosco no prédio
Por dentro o prédio era muito luxuoso, tudo feito em mármore, e detalhes cromados, aquilo não era normal para aquela parte da cidade, e além do mais o mesmo prédio por fora parecia comum. Dia esquisito, caso esquisito... Algo errado por aqui.
No segundo andar do prédio havia mais policiais armados, fita de isolamento, mas sem pessoas em volta, peritos e o delegado local que nós já conhecíamos. Dr Bento. Ele nos cumprimentou e me em uma sala onde um homem estava estirado no chão. Peguei meu bloco de anotações e descrevi o falecido, tiro na cabeça, sem mais escoriações visíveis pelo corpo...
-         Nós encontramos o meliante armado ainda aqui, ele não estava levando nada do cara. Então afastamos a hipótese de latrocínio.
Eu continuei observando tudo com cuidado.
-         O assassino, vocês já o levaram daqui? – Eu perguntei enquanto percebia que não havia marcas de luta pela sala nem arrombamento na porta. Quem matou era conhecido da vitima.
-         Não, ele está no quarto algemado até os dentes com dois agentes federais.
-         A vitima? Quem era? – Eu olhei novamente o corpo sendo observado pelos peritos.
-         Um homem comum aparentemente. Analista de sistemas 24 anos, solteiro, sem passagem pela polícia. Gustavo Passos Bahia. Nem o nome é familiar.
Eu passei novamente os olhos sobre a vitima, mas continuei sem entender nada. Afinal por que estávamos aqui? Olhei para o meu chefe e percebi que ele também estava se fazendo a mesma pergunta.
-         Dr. Bento, por que fomos chamados? – Eu perguntei me sentindo impaciente por dentro, parecia que eu ia perder o dia hoje.
-         Me dê um minuto agente Enya. Diva me traga o instrumento de trabalho do nosso homem. – Ele se dirigiu a uma perito que estava na porta nos observando. Ela saiu da sala e depois entrou novamente com algo devidamente embalado e etiquetado como é normal dos peritos. – Observe bem Agente Enya, você já viu uma dessas andando livremente por aqui? Peguei o objeto e vi uma pistola, mas não era uma pistola comum, definitivamente era a pistola.
-         O que um assassino aparentemente comum faz com uma FN Five-seven USG com uma luz tático? – Eu perguntei.
-         Ele não fala nada, absolutamente nada. – O delegado Bento informou.
-         O que tem de mais nessa arma? – Meu chefe perguntou e eu tive de conter a vontade de revirar os olhos.
-         Essa arma não é de uso comum, nem mesmo pelo crime organizado. Ela é usada no combate a grupos terroristas e pelo pessoal da OTAN, além de perfurar coletes a prova de balas. Esse assassino não tem nada de comum. Quero vê-lo.

Eles acenaram e me levaram ao quarto em que o tal cara estava. O caso estava começando a me animar de novo!

"Eu nunca quis que nada mudasse em minha vida, minha rotina na corregedoria era sempre de casos resolvidos em tempo record, sem nenhum tipo de envolvimento e mais sem surtar. Agora aqui estava eu no alto dos meus 27 anos, tentando resolver um assassinato onde o maior suspeito é também a única testemunha sem saber por onde começar, envolvida até o ultimo fio de cabelo por esse estranho misterioso, possivel assassino e testemunha e a ponto de surtar na maior loucura da minha vida!" 

Enya tinha tudo que queria e precisava: um passado problematico, um presente perfeito e um futuro brilhante! Entretanto tudo muda quando um caso chega a sua mesa. Um assassinato cujo único suspeito encontrado simplesmente não existe, uma cena do crime onde o possivel assassino é também a única testemunha. Um grande mistério que só ela pode resolver antes que sua carreira esteja arruinada, antes que ela seja a proxima vitima e antes que esteja completamente apaixonada pelo estranho misterioso.

As pessoas sempre me perguntam do que falam os meus livros, contos, musicas e poesias. O que ninguém nunca me perguntou é por que eu escrevo ou o que eu sinto ao escrever ou simplesmente por que escrever ao invés de só cantar, atuar ou qualquer outra coisa. A verdade é que escrever para mim é ser eu na maior parte do tempo, escrever me possibilita olhar muitas questões de outro angulo, na maioria das vezes dos angulos dos meus personagens... Amo de verdade tudo o que faço e planejo continuar sempre fazendo o que amo!
Esta série "Just One" vai ser mais um veiculo de minhas ideias, devaneios e gostos! Então, eu não poderia deixar de começar da melhor forma, saudando os que aqui chegarem para ler ou simplesmente ver o que faço e apoiar e é claro satisfazendo a curiosidade de um dos meus amigos e parceiro na Liga dos Escritores - Yago - que sempre me apoia e escuta muitas de minhas loucuras! Além é claro de Thayana, que sempre pondera e traz um pouco de realidade pratica aos meus planos! A primeira temporada escrita terá como nome e inspiração a música : "Paper Gangsta"!
Na próxima postagem trarei a sinopse e a introdução da primera temporada de Just One!
Abraço e Obrigada! 
Carol Luna